Lugares de Diversão Nocturna

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A noite lisboeta...







A NOITE LISBOETA ]
Descrição
Os anos oitenta trouxeram a Lisboa uma lufada de ar fresco para os amantes das folias noctívagas. Uma verdadeira «movida» alastrou pela capital e a juventude encheu bares e discotecas disseminadas por toda a parte. Mas foi sem dúvida o Bairro Alto, antes de má fama, que serviu de sede a este turbilhão que encheu de gente as estreitas e já centenárias ruas, aliás «O Bairro» (como desde logo começou a ser conhecido na gíria dos entendidos). Do «cunhal das bolas» à Rua da Rosa, memória do esplendor de quinhentos, à austera sede dos jesuítas em S. Roque, fervilhava a animação da juventude, sem outros preconceitos que não fosse o da alegria. Sobre tudo se falava e praticava; sex & drugs & rock and roll, finalmente, empurram para os quintos da história anos de repressão. Mas a noite não se resume apenas a isto. É antes de tudo um momento de busca incansável de aventuras. As pequenas e degradadas casas do «Bairro» eram poucas para albergar tanta vontade de alegria. Restauram-se ruas inteiras, criam-se grupos de interesses comuns, alguns elitistas e intelectuais, outros menos, que se aninham nos seus lugares de eleição mas também convivem entre si. E, naturalmente, foi preciso dar de comer a esta gente toda. Abriram restaurantes que se foram especializando e requintando. Tornou-se moda ir ao «Bairro» e então foi também necessário vestir os grupos e as lojas de roupa sucederam-se. Com ela toda a indústria que a acompanha. Os fotógrafos, as agências de publicidade, os adereços, os cenários...
Mas deixemo-nos de saudosismo porque o fenómeno não coube nos seus limites e nos anos noventa explodiu para toda a cidade com uma violência que só tem paralelos na música techno que irrompe em novas grandes superfícies que por si só dariam para albergar quarteirões do tamanho do «Bairro».
Primeiro na zona industrial, em Alcântara, ocupam-se armazéns devolutos, as raves sucedem-se e depois institucionalizam-se, para não resultar em desordem pública. E o turbilhão alastra para Santos, e depois vai ainda mais longe, até à zona Oriental, numa toada brutal inspirada pela música em frenético movimento que só pode conduzir a um autêntico ecstasy dos sentidos.
É difícil propor algo que permita experimentar todas as sensações, mas tentemos sugerir três percursos que inevitavelmente terminarão, a desoras, com a cabeça rodopiante e os ouvidos a estampilhar, mas também com a sensação de ter valido a pena. Tendo sempre como ponto de partida o Cais do Sodré, tradicional sítio de encontros nocturnos, expandir-se-á em todos os sentidos que a topografia da cidade permita, desenhando uma espécie de tridente no sentido ocidental, oriental e norte. O primeiro seguirá na direcção de Alcântara, passando por Santos. O segundo terminará no Parque das Nações, experimentando a nova coqueluche da noite lisboeta que é a zona de Santa Apolónia. E por último, mas o primeiro em termos de tradição, é o verdadeiro percurso da noite chamada alternativa que terminará em plena zona do Príncipe Real, o antigo bairro da Cotovia.
Pontos de Interesse:
AVENIDA 24 DE JULHONesta zona encontra o Kapital. Ao subir as Escadinhas da Praia, à direita depois das bombas de gasolina, situa-se o Kremlin. Subindo as escadinhas depara com a Rua das Janelas Verdes. Aí encontra o Até qu’Enfim ou os Marretas. Prosseguindo na Rua das Janelas Verdes, dobramos a esquina do Museu de Arte Antiga. Descendo a escada, que sai do jardim para a Av. 24 de Julho regale-se com as «bombas» dos motards no Gringo’s. Se desejar ritmos de África, pode encontrá-los no Luanda na Travessa Teixeira Júnior.
CAIS DO SODRÉDepois de termos visto em frente ao Bar do Rio o sol a pôr-se por detrás da ponte sobre o Tejo, desse magnífico ponto de vista que é o pontão que protege o pequeno Cais do Sodré que fica ali por trás da estação, atravessemos o Largo e rumemos até ao Irish Pub O´Gillian’s para tomar a imprescindível Guiness a que o fim de tarde convida. Tomado o aperitivo, e já reconfortados, atravessemos a Rua dos Remolares que tem como memória os antigos fabricantes de remos que aqui se instalaram durante séculos, quando a actividade portuária lisboeta tinha no Cais do Sodré o seu centro.
DOCAS DA ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOSAtravessando a linha, com cuidado porque há comboios até tarde, pode ir ao Speakeasy, se lhe apetecer um momento de conversa calma. Nas docas da Rocha a escolha é difícil entre o Dock’s, o Blues Café, o Indochina ou o King’s.
PRAÇA DA RIBEIRANa Praça da Ribeira, e se por acaso for dia do mercado das flores, vale a pena atravessar entre o turbilhão de pessoas para sentir o seu cheiro e regalar os olhos com as cores da natureza. Ao lado do mercado está a imponente estátua do Marquês de Sá da Bandeira, que perdeu um braço em feitos heróicos.
RUA D. LUÍS ILogo no princípio da Rua D. Luís começa a animação. Dois bares e a discoteca Absolut, servem de portal a um percurso que se desejar, só terminará a altas horas da noite.
SANTOSAtravessando a Rua D. Luís, indo direito à avenida que tem o nome do seu filho, o rei D. Carlos. É hora de comer, e por que não ali mes mo nos Sapadores de Bombeiros. No nº 69 dessa via encontra o Xafarix, mesmo dentro da Mãe d’Água de um dos mais belos chafarizes construído sob a batuta de Carlos Mardel. Pode dar um salto ao Refúgio das Freiras e ao Álcool Puro, ao lado da famosa Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul, berço de muitos dos melhores vultos do nosso teatro. Há uma loja de conveniência que fica ao lado do Largo Conde Barão. E se procura sons africanos pode encontrá-los no B.Leza que fica no palácio renascentista Almada Carvalhais, mandado construir por Rui Fernandes de Almada que foi amigo de Dürer. Vale a pena espreitar no Largo de Santos o cartaz do Cinearte onde a Barraca apresenta os seus espectáculos, e invejar logo de seguida as belas peças de design na montra da Domo.

2 Comentários:

Blogger JAVAS disse...

Olá Pipoca
Gostei muito do teu blog
Esta mesmo original e o tom do blog assemelha se com a vida nocturna. Vai aumentando

28 de abril de 2008 às 11:21  
Blogger edualmeida disse...

Olá amiga.Gostei muito,tens muitas ideias.Em Junho podemos combinar e os que quiserem alinhar,vamos para o noite lisborta.Um beijo

28 de abril de 2008 às 11:47  

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